A saúde oral, apesar de extremamente importante, é uma área da saúde muitas vezes negligenciada. Desde da infância, com a dentição primária, até à dentição adulta, a higiene oral está diretamente relacionada com a qualidade de vida e o bem-estar.
Em 2017, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,5 mil milhões de pessoas no mundo inteiro sofriam de doenças da cavidade oral, que incluem patologias como as cáries e doenças da gengiva, até ao cancro oral e malformações de nascença. De todas estas, a mais comum são as cáries. A formação das cáries acontece de forma gradual. Inicialmente assintomáticas, podem, com o passar do tempo, causar dor e desconforto. Neste artigo, vamos falar sobre como se desenvolvem, quais os fatores de risco e o que podemos fazer para as evitarmos.
Como se desenvolvem as cáries?
Existem vários fatores necessários para o aparecimento de cáries. O primeiro, e mais óbvio, são os dentes. Cada adulto possui 32 dentes. Sem contar com os dentes do siso, a dentição permanente fica completa até aos 13 anos. Como tal, desde muito cedo necessitamos de cuidados para preservá-la.
Cada dente é composto por três camadas: o esmalte (camada exterior), a dentina (amada do meio e a maior das três) e a polpa dentária (camada mais interior).
O esmalte é mineralizado, ou seja, contém certos minerais (como o cálcio) que mantêm a dureza dos dentes e protegem as duas camadas interiores. O esmalte é a primeira parte do dente que é afetada pelas cáries.
Outro fator que vai afetar a saúde da cavidade oral é a saliva. A saliva lubrifica os dentes, dilui os açucares da comida e da bebida, tem propriedades antimicrobianas, permite a remineralização do esmalte e ajuda na reparação de tecidos lesionados, ou seja, a saliva é um fator protetor contra as cáries.
Os hábitos alimentares também têm influência direta no desenvolvimento de cáries. Alimentos acídicos (por exemplo refrigerantes), enfraquecem a estrutura mineral do esmalte. O açúcar também tem uma influência direta neste processo.
A cavidade oral contem várias bactérias. Normalmente estas estão presentes em pequenas quantidades e formam uma placa bacteriana a volta dos dentes. Quando consumimos açúcar, as bactérias digerem-no e libertam uma substância acídica. Esta substância, tal como os alimentos acídicos referidos anteriormente, enfraquece os dentes. Para evitar este processo patológico devemos manter hábitos de higiene oral adequados.
Como podemos prevenir o aparecimento das caries?
Existem recomendações simples que podemos seguir, que nos podem ajudar a evitar a dor e o desconforto que as cáries provocam:
- Reduzir o consumo de açúcar. Além de ajudar a prevenir o excesso de peso e a diabetes, comer menos vezes açúcar por dia faz com que as bactérias não tenham alimento suficiente para causar lesões.
- Não fumar. O uso de tabaco também promove o desenvolvimento de cáries, devendo ser evitado.
- Escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia. A escovagem dos dentes remove a placa bacteriana, evitando que esta se acumule e cause estragos, e retira os restos de alimentos que ficam na cavidade oral depois de comermos. A escovagem deve ser feita pelo menos duas vezes por dia, durante dois minutos. A escova de dentes utilizada deve ser mole e ser substituída ao fim de dois a três meses. Não devemos usar demasiada força ao escovar e devemos limpar todas as superfícies, incluindo a gengiva. O movimento que usamos deve ser de cima para baixo ou circular (evitar escovar de trás para frente).
- Uso de fio dentário e antissépticos orais regularmente. O fio dentário deve ser usado para a limpeza das superfícies entre os dentes. O uso de antissépticos bucais também pode ser benéfico.
- Consultas regulares com o seu dentista/estomatologista. A avaliação regular em consulta permite detetar problemas em fases iniciais, permitindo a sua resolução rápida e indolor.
Informação baseada em:
https://www.who.int/health-topics/oral-health/#tab=tab_1
https://www.dgs.pt/?f=3&id=9060
https://dentistry.uic.edu/patients/oral-hygiene
