A SIDA é uma doença que resulta da infeção porum vírus, o Vírus da Imunodeficiência adquirida ou VIH, que reduz as defesas do organismo contra muitas doenças e cancros.

O VIH pode ficar adormecido no nosso organismo por vários anos e, nesta altura, diz-se que a pessoa é seropositiva. Apesar de não ter sintomas, poderá transmitir o vírus a outra pessoa durante todo esse tempo. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é um estádio mais avançado da infeção, que pode levar entre 2 a 15 anos a desenvolver-se. Nesta fase, as defesas do individuo diminuem ainda mais e podem surgir sintomas como: cansaço, nódulos em diferentes partes do corpo (correspondentes aos gânglios linfáticos), perda de peso, febre, diarreia, tosse, etc. Sem tratamento, a pessoa com SIDA pode também desenvolver doenças mais graves como a tuberculose, meningite, outras infeções bacterianas e até alguns cancros como o linfoma ou o sarcoma de Kaposi.

QUAIS AS VIAS DE TRANSMISSÃO E OS FATORES DE RISCO?

O VIH pode ser transmitido através do contacto com: sangue, leite materno, sémen e secreções vaginais. Assim, o VIH pode também ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez e o parto. No entanto, comportamentos como o contacto diário comum, o beijo, o abraço, o aperto de mãos ou a partilha de objetos pessoais, de comida e de água NÃO constituem vias de transmissão deste vírus.
Fatores e comportamentos de risco que podem aumentar a probabilidade de infeção ou transmissão do vírus:

• Relações sexuais desprotegidas – proteção disponibilizada gratuitamente nos cuidados de saúde primários, algumas consultas hospitalares e noutros contextos como escolas, etc.
• Ser portador de outras doenças sexualmente transmissíveis como a sífilis, gonorreia e herpes - consulte o seu médico assistente se tiver queixas.
• Partilha de objetos que possam estar em contacto com fluidos contaminados: escovas de dentes, máquinas/lâminas de barbear/depilar, objetos cortantes, objetos perfurantes e agulhas (incluindo de tatuagem e de piercing), objetos para inalar drogas (como notas ou palhinhas) seringas e outros dispositivos médicos que estejam em contacto com sangue.
• Partilha de seringas infetadas pelos utilizadores de drogas injetáveis - o Programa de Troca de Seringas visa a distribuição de seringas e agulhas esterilizadas e a recolha e destruição do material utilizado para proteção da infeção neste grupo de risco. Informe-se na sua farmácia.

COMO DIAGNOSTICAR?

A Direção Geral de Saúde recomenda que todas as pessoas entre os 18 e os 65 anos façam o teste pelo menos uma vez na vida nos seus exames de rotina (dado que são cada vez mais os diagnósticos acima dos 60/70 anos, este limite poderá ser alargado ou até deixar de existir) e que seja repetido sempre que existam comportamentos de risco. O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas específicas para o VIH. Esta análise deteta os anticorpos que o sistema imunitário produz contra o vírus ou mesmo o próprio vírus.
E onde pode ser feito o teste? Pode pedir ao seu médico de família ou médico assistente que prescreva o exame. Outra opção passa por fazer o teste (anónimo, confidencial e gratuito) num CAD - Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA. Nalguns locais (unidades móveis de saúde, instalações de ONGs, alguns serviços de saúde) poderá fazer os chamados testes rápidos.

E SE O RESULTADO FOR POSITIVO?

Apesar de ser uma doença sem cura, cumprindo a medicação os indivíduos podem ter uma vida e uma esperança média de vida semelhantes às pessoas sem a doença.

• É importante tomar sempre a medicação.
• Usar sempre o preservativo nas relações sexuais.
• Fazer análises frequentes e ser vigiado pelo médico.
• Avisar os seus contactos: esta é uma responsabilidade que cabe a cada um para travar a transmissão da doença e possibilitar que outras pessoas que possam ter sido contaminadas iniciem tratamento atempadamente e evitem a propagação da infeção a outros.

Este diagnóstico pode provocar um conjunto de emoções com as quais pode ser difícil lidar: ansiedade, negação, depressão, medo. O apoio psicológico e aconselhamento é, assim, fundamental para garantir o bem-estar dos seropositivos. Para além dos serviços hospitalares, também algumas ONGs ou Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), disponibilizam consultas de aconselhamento a pessoas infetadas.

Para mais informações, consultar:

https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/hiv-aids
http://www.insa.min-saude.pt/wp-content/uploads/2019/11/RelatVIHSIDA2019...