O cancro de pele é um tumor maligno com origem nas células da pele que sofreram alterações do seu genoma (ADN) e que, por isso, crescem e multiplicam-se de forma descontrolada. Há vários tipos de cancro da pele: melanoma (com origem nos melanócitos, células produtoras de melanina - o pigmento da pele, menos comum, mas o mais perigoso por apresentar maior capacidade de metástase, isto é, de se alastrar para outros órgãos) e cancros da pele não melanoma (com menor gravidade, mas muito mais comuns).
Segundo dados da Associação Portuguesa de Cancro de Pele, estima-se que o melanoma atinja cerca de 1000 novos casos por ano e que a incidência dos outros tipos de cancro da pele ultrapasse os 10.000 novos casos por ano. Esta é uma realidade preocupante que está relacionada com a exposição solar intensa e incorreta.
A solução não é deixar de apanhar sol, até porque a exposição solar traz muitos benefícios se for feita de forma segura e consciente: é importante para a produção de vitamina D, para a regulação do sono, do humor e melhora o sistema imunitário e a saúde cardiovascular.
A prevenção do cancro da pele passa por apanhar sol de forma cuidadosa.
Os cuidados a ter são:
- Evitar horas de maior calor, em que o índice de raios UV é mais alto (entre as 11h e as 17h);
- Aplicar protetor solar com fator de proteção superior a 30, não apenas quando está na praia, mas também sempre que sair à rua e mesmo em dias nublados, pois as nuvens não filtram os raios UV e aplicá-lo pelo menos 30 minutos antes da exposição solar;
- Renovar a aplicação de protetor solar de 2 em 2 horas e após cada banho, mesmo que seja à prova de água;
- Optar por usar um protetor solar que ofereça uma proteção total contra radiações UVA + UVB. Os raios UVA estão associados às queimaduras e escaldões, que danificam a camada mais superficial da pele e a tornam mais suscetível ao desenvolvimento do cancro da pele e os raios UVB penetram na camada mais profunda da pele, sendo diretamente responsáveis por danos a essas células, os melanócitos, de que resulta a produção de melanina e, portanto, o nosso bronzeado no verão;
- Usar vestuário adequado que cubra a pele, chapéus e óculos de sol com proteção adequada;
- Evitar solários;
- Manter os bebés, pelo menos até aos 6 meses, longe do sol.
- Fazer um autoexame da pele, estando atento à presença de sinais ou manchas que apresentem características suspeitas como: assimetria (uma metade do sinal não é simétrica à outra), bordos mal definidos ou irregulares, várias cores dentro do mesmo sinal, o diâmetro ser maior do que 6 mm (mais ou menos do tamanho de uma borracha de lápis) e haver evolução do sinal (mudanças no seu tamanho, forma ou cor), ou o sinal sangrar, dar vontade de coçar ou parecer uma ferida que não cicatriza.
A maioria dos sinais são benignos e resultam da acumulação de melanócitos, mas podem tornar-se malignos, sendo por isso importante vigiá-los e em caso de alarme consultar o médico. Nunca deve ignorar, esperar que passe ou aguardar a sua evolução.
Pessoas com pele mais clara (fototipo I e II) que têm a pele mais sensível e com maior risco de queimaduras solares, trabalhadores com alta exposição solar, pessoas com familiares de 1º grau (pai, mãe, irmãos) com historial de cancro da pele e pessoas com idade avançada devem ter cuidados acrescidos, pois têm maior risco de desenvolver esta patologia. A exposição a algumas substâncias químicas, como as contidas no tabaco e um sistema imunitário mais enfraquecido também podem aumentar o risco de cancro da pele. No entanto, se todas as medidas de segurança e proteção forem tomadas, o risco diminui consideravelmente.
O cancro de pele é potencialmente curável se diagnosticado e tratado atempadamente. A prevenção é a melhor arma para combater este problema!