Esta semana destacamos uma árvore-relíquia natural do nosso país e que, neste momento, exibe todo o seu esplendor. Além disso, leva o nome de Portugal ao resto do mundo, pois para os ingleses é o “Portuguese Laurel”, na Itália “Lauro Portoghese”, “Portugiesische Kirschlorbeer” em alemão, “Laurier du Portugal” para os franceses, “Llorer-cirer de Portugal” para os catalães…

O azereiro, ou Prunus lusitanica, é uma pequena árvore espontânea em Portugal (incluindo nos Açores e Madeira), em Espanha, no País-Basco francês e em Marrocos, com estatuto de conservação “rara ou vulnerável”, sendo considerada uma relíquia da flora que existiria na Europa no Período Terciário (há cerca de 60 milhões de anos, portanto).

Trata-se de uma pequena árvore (8-15m de altura) de folha persistente que ocorre naturalmente em matas húmidas e sombrias e margens de cursos de água, o que a faz mais próxima das espécies tropicais e subtropicais do que da generalidade da vegetação mediterrânica, que prefere locais soalheiros e bem drenados.

O azereiro é também muito diferente de outros Prunus frequentes na Europa e na Ásia, geralmente de folha caduca, como as amendoeiras, os pessegueiros, as ameixeiras e muitas outras árvores de fruto. Enquanto estes se caracterizam por perder a folha no inverno e ter quase sempre uma época de floração precoce (fim do inverno ou início da primavera), o azereiro tem folhagem persistente e exibe grandes cachos de flores brancas a partir de abril-maio.

A sua copa é densa, piramidal, de folhagem verde brilhante com pecíolos avermelhados, e resiste bem ao corte. A sua madeira tem dureza média, e é bastante utilizada localmente em carpintaria ligeira, bem como na produção de utensílios e bengalas. Tem algumas propriedades medicinais, e ao ser esmagadas as folhas libertam uma substância tóxica.

No Centro Ismaili existem dois conjuntos de azereiros, e alguns exemplares isolados, que pode visitar no Jardim dos Frutos, por exemplo. Para saber mais sobre esta e outras árvores, recomendamos a página “Futuro - o projeto das 100 mil árvores” em https://www.100milarvores.pt/.