No ano em que se comemoram os 25 anos do Centro Ismaili, Lisboa, no próximo dia 11 de julho, Riaz Issá, Membro do NCAB, Al-waez certificado pelo Instituto dos Estudos Ismailis e guia do Centro ismaili, partilha connosco a sua perspetiva sobre o Centro Ismaili e qual a importância deste para a nossa comunidade.

 

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Como tem sido esta experiência enquanto guia do Centro Ismaili?

Diria um múltiplo de sensações, experiências e vivências. Com cada visita, confirmo o quanto este espaço representa em termos de orgulho e identidade. Uma “casa” que gostamos de partilhar com quem nos visita. Confirmo também o quanto, espaços construídos para refletirem uma visão, profundidade de pensamento, criatividade e espiritualidade, reverberam esses elementos de forma muito subtil em todos nós e em quem nos visita, aproximando-nos como uma única Humanidade. Este espaço, de facto, molda e transforma-nos.

Como vês o Centro daqui a 20 anos?

Uma pergunta ao mesmo tempo estimulante e desafiante. Diria que será um espaço cada vez mais aberto à sociedade, um fator identitário cada vez mais relevante para as futuras gerações, um pólo de iniciativas agregadoras para o bem comum e um espaço que continuará a motivar a excelência.

Qual o aspeto do Centro que mais te impressiona?

Diria que o Centro como um todo toca-me profundamente e impressiona-me a forma como nos molda profunda, serena e permanentemente. De todos os espaços destacaria a entrada e a sala de orações. A entrada, pela mensagem que envia a todos quantos a frequentam e visitam. A sala de orações, por oferecer um espaço único para consumar a prática da fé e vivência espiritual.

Qual o espaço do Centro que melhor reflete as aspirações de Mawlana Hazar Imam?

É uma pergunta muito difícil e não conseguirei responder de forma satisfatória. Ainda assim, num exercício de reflexão, diria que, acima de tudo a sala de orações porque uma Humanidade comum e uma sociedade mais justa constrói-se sobre uma base espiritual que se pretende que seja forte. O salão Nobre, a sala multiusos e a sala de exposições que, no seu conjunto, permitem a construção de pontes com outras fés e com a sociedade em geral.

Enquanto guia do Centro Ismaili, qual o momento mais marcante que vivenciaste?

Houve uma visita que jamais esquecerei pelo impacto mútuo e empatia que gerou entre visitante e guia. Solicitaram-me uma visita guiada a um dos diretores da GLS que tinha curiosidade em conhecer o Centro e a comunidade. Era um senhor austríaco, na casa dos seus 40 anos e que professava a religião judaica. No final da visita, o senhor estava visivelmente emocionado por conhecer e descobrir uma faceta do Islão que desconhecia e que nos unia a todos numa Humanidade comum. Aqui está a visão de Mawlana Hazar Imam a tocar e a moldar os espíritos de quantos nos visitam e a nós enquanto frequentadores e utilizadores regulares do Centro. Jamais esquecerei esta visita.

Que mensagem deixarias para os futuros guias?

Desde logo que é um privilégio ser um guia do Centro Ismaili e sermos anfitriões de todos quantos nos visitam. Que disfrutem de cada visita e acolham com um profundo sentimento de gratidão o impacto que causam aos que nos visitam. Que utilizem esta função como um trampolim para aprofundarem e conhecerem a nossa história, o nosso percurso e o quanto este Centro representa como uma bênção para todos nós.

Uma nota final à equipa que tem liderado o grupo de guias. É uma demonstração de como se constroem instituições assentes em qualidade, organização, mérito, humildade e espírito de dedicação sem a busca de protagonismo, mas unicamente com o espírito de servir. Um exemplo a seguir. Bem hajam.

 

Sobre o Riaz

Institucionalmente, o seu percurso conta com o seu contributo em diferentes posições, Membro do ITREB, Membro do European Council e Membro do Conselho Nacional da AKF.

Atualmente é Membro do NCAB, Al-waez certificado pelo Instituto dos Estudos Ismailis e guia do Centro ismaili.