No ano de 2020 e 2021, de forma a dar uma resposta inequívoca ao contexto pandémico, todos os governos e bancos centrais agiram e conseguiram estímulos para a economia, que permitiram, de forma mais ou menos atribulada, atravessar um período difícil para as empresas e para as famílias. Estas medidas tinham um “prazo de validade” e 2022 iria servir para se efetuar os devidos ajustes, dado que as previsões económicas eram de crescimento e recuperação total. Um claro exemplo é o ajuste nas taxas de juro de referência que já estão em rota de subida nos Estados Unidos e irão, com certeza, seguir o mesmo exemplo na Europa. Estas taxas de juro têm um efeito imediato nas famílias, na componente do crédito habitação e nas empresas, no que se refere aos empréstimos que foram sendo contraídos.
Em Portugal, a previsão de subida da inflação em 2022 antecipava, desde já, uma subida generalizada dos preços, já anteriormente afetados com os problemas de distribuição que começaram em 2021.
No entanto, todos estes ajustes estavam devidamente acautelados pois as previsões positivas para a economia, previam um crescimento das empresas e, indiretamente, dos salários e dopoder de compra das famílias.
Contudo, tudo se alterou nas últimas três semanas. O cenário geopolítico mundial, e em particular na Europa, com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, dá-nos certezas sobre uma subida acentuada de preços, especialmente na energia e nos produtos alimentares, bem como uma possível escassez em vários produtos essenciais para as famílias. Se por um lado esta subida do custo de vida é uma certeza, por outro, o crescimento económico passou a ser um enorme ponto de interrogação.
Assim sendo, recomenda-se a todas a famílias e empresas:
- Muita prudência nos investimentos e nos gastos considerados não-essenciais;
- O orçamento familiar deve ser o mais realista possível e de acordo com os rendimentos fixos do agregado. Este orçamento deve sempre ser feito deixando uma margem para uma subida ainda maior dos preços;
- Corte nas despesas de forma a maximizar a poupança;
- As poupanças devem estar seguras e devem ser evitados produtos com risco. A liquidez financeira pode ser um bom aliado em situações de instabilidade.
O Aga Khan Economic Planning Board (AKEPB) e a ADEE têm trabalhado continuamente para o estabelecimento de protocolos que permitam poupanças nas famílias e nas empresas, formação e capacitação dos empresários, bem como modernização dos processos de gestão e comerciais. Estes protocolos visam colocar ao serviço das famílias e das empresas, profissionais de primeira linha nas várias vertentes.
Os clusters geridos pela ADEE, permitem também ajudar os profissionais dos diferentes setores a ter melhor informação e troca de experiências com outros profissionais da mesma área. Recomenda-se a consulta regular do site www.adee.com.pt bem como do the.ismaili/Portugal.
Como sempre, a equipa do AKEPB está à disposição para qualquer dúvida ou informação adicional que surja ([email protected]).