Sadiq Kassamo tem 47 anos, é casado, tem uma filha e é empresário na área da hotelaria, em Lisboa. Aos 35 anos começou a sentir pontadas no coração, devido ao stress no trabalho. Na altura, trabalhava cerca de 80 horas por semana. Conheça a sua história e saiba como a adoção de um estilo de vida mais saudável e equilibrado lhe mudou a vida.

Após algumas consultas e exames, Sadiq foi diagnosticado com o colesterol acima dos níveis normais, para a sua idade, para além de excesso de peso. A cardiologista que o diagnosticou sugeriu que o Sadiq começasse, de imediato, a praticar exercício físico, bem como uma alimentação equilibrada. Caso não o fizesse, e nas próximas análises os valores não baixassem, teria de tomar medicação para resolver o problema.

Mas o Sadiq decidiu ir pelo caminho mais difícil, que seria treinar 3 vezes por semana durante 20 minutos e ir aumentando até chegar aos 5 treinos por semana durante 60 minutos. E assim foi.

Apos 6 meses de treino regular, a gordura corporal e o peso começaram a baixar. Quando voltou a fazer novos exames, os valores das análises estavam a normalizar e nunca mais voltou a sentir as pontadas no coração.

Com o passar do tempo, cruzou se com pessoas que o ajudaram a treinar. Em 2013 conheceu o Mister Antonio Cabral que, desde então, tornou-se seu treinador. Graças ao seu apoio, Sadiq tem conseguido evoluir para um patamar superior.

Sadiq não aspira ser atleta profissional ou de elite, porque já começou tarde, mas treina para entrar em provas e dar seu melhor para atingir os melhores resultados.

As corridas em que já participou

  • Milha Urbana do Seixal, 1.62 kms em 5:30 @ 3:24/km
  • Corrida da Estrada para a Pista, 5 kms, em 19:30 @ 3:54/km
  • Corrida do Sporting, 10 kms, em 39:56 @ 3:57/km
  • Meia Maratona dos Descobrimentos, 21.24 kms, em 1:30:57 @ 4:17/km

O seu verdadeiro objetivo é participar em maratonas mais longas, mas com tempo e dedicação irá lá chegar.

Atualmente o Sadiq corre 5 a 6 vezes por semana e tenta fazer um treino complementar de reforço muscular, sempre que possível. A corrida não é um desporto barato, porque implica um investimento em sapatilhas de qualidade e outros equipamentos, massagens desportivas regulares, aconselhamento de um fisiologista e suplementação.

As corridas que não esquece

O Sadiq tem grandes recordações do Jubilee Games em 2016, onde participou nos 5000 metros e 1500 metros e, sem grandes expectativas, porque estava ainda estava nessa altura a recuperar de uma lesão pulmonar, conseguiu trazer a medalha de bronze para Portugal.

Também tem vontade de regressar a Phuket, Tailândia, para participar na corrida Kata-Karon Open Beach Run, 10 kms, no qual ficou em 16º na geral e em 6º no seu escalão. Foi para lá de férias e, quando soube que ia decorrer a competição, tentou inscrever-se, com sucesso. O problema foi não ter levado o equipamento adequado, correu com sapatilhas pesadas de treino, com mais amortecimento, mas fez a prova na mesma.

Como ultrapassou o desafio da Covid-19

No ano passado, com o aparecimento da Covid-19, que prejudicou a maioria das pessoas tanto a nível pessoal como profissional, a sua prática regular de exercício físico tornou-se mais desafiante. Segundo o Sadiq, “podemos ver o lado negativo da pandemia, para nos enterrarmos ainda mais, e se não morrermos de Covid-19 morremos de outra doença qualquer”. O facto de estarmos menos fisicamente ativos, em resultado da pandemia, mais poderá levar ao aparecimento de problemas cardiovasculares, que representam 16% do total de mortes em todo mundo, ou a outras doenças, como Alzheimer e outras formas de demência, que estão entre as 10 principais causas de morte em todo mundo, assim como a diabetes.

Por mais incrível que pareça, apesar de a ocupação na hotelaria ter caído a pique, o Sadiq continuou a trabalhar e a produzir mais do que qualquer outro ano no passado. Aproveitou também para treinar mais e melhor, até que chegou uma altura em que se questionou por que razão andava a treinar 400 kms por mês, se as provas de estrada estavam a ser canceladas.

Pela sua sanidade mental decidiu continuar a treinar e, em janeiro deste ano, surgiu a oportunidade de participar numa Ultramaratona de 48 kms com 2700 metros de desnível! Disponibilizou-se para participar no Skymarathon, em que é imprescindível ter a condição física adequada às características de extrema dureza, onde estão presentes, em simultâneo, elevada quilometragem, longa duração, terreno extremamente montanhoso e grandes desníveis, com trilhos técnicos. O terreno onde se desenrola a prova está sujeito a alterações climáticas repentinas, pelo que se pode estar exposto a situações meteorológicas tão distintas como calor, frio, vento forte, nevoeiro denso e precipitação intensa. É fundamental ter a noção de autogestão do esforço, quer físico, quer mental, perante situações adversas extremas às quais poderemos ficar expostos, sem que seja possível ajuda/resgate imediato. É fundamental saber como atuar em caso de pequenas lesões, indisposições gástricas, entre outras situações normais, decorrentes de atividades em montanha. Resumindo, ter a capacidade de tolerar sofrimento físico e mental levado ao extremo!

Mensagem importante

Este desafio vai ser difícil mas não se compara com as dificuldades que algumas famílias apoiadas pela Fundação FOCUS estão a passar.
Faca como o Sadiq e junte-se à FOCUS para apoiar estas famílias. Basta contribuir com o valor de uma refeição.

Para ajudar, basta clicar aqui

Para finalizar

Dos 8 aos 100 anos, sejam ativos e vivam uma vida saudável, aproveitem ao máximo o vosso tempo porque só se vive uma vez, pelo menos nesta encarnação! É o conselho do Sadiq, um exemplo de como o desporto, o exercício físico, bem como uma alimentação equilibrada, podem salvar uma vida.