É bastante provável que, em algum momento da nossa vida, já tenhamos tido um sonho/pesadelo, bastante frequente, em que necessitamos de fugir ou correr e, incompreensivelmente, não conseguimos, as pernas simplesmente não respondem. Após uma sensação de desespero e de angústia, despertamos um pouco agitados pela impotência sentida. Este pequeno exemplo serve apenas para ilustrar o que as pessoas a partir de determinada idade podem sentir no seu dia-a-dia, mas de uma forma real e não sob a forma de um sonho/pesadelo.
O intervalo de tempo entre a ordem dada pela mente e a sua execução começa a aumentar. O corpo tarda em obedecer. Começamos, assim, a sentir que já não somos tão rápidos nem tão ágeis como antes.
É justamente nesta etapa da vida que muitas pessoas se deprimem ou se angustiam. Aumentam os medos e inseguranças: de cair, de perder faculdades motoras ou mentais ou até de adoecer. Estes receios são normais, mas não podemos deixar que se instalem e “paralisem” o nosso quotidiano.
Cada pessoa sente e ressente-se das alterações provocadas pelo tempo de forma diferente. O compasso desafinado entre a agilidade mental e a agilidade física provoca muito sofrimento que, quando é vivido em silêncio ou em negação, torna-se um dos grandes responsáveis pela falta de vontade em interagirmos, pela desmotivação em movimentarmo-nos e pela incapacidade de procurar ajuda.
Daí ser fundamental falar e não negar esses medos e receios. Conversar com um especialista da área psicológica ou da psicogerontologia irá ajudar, em muito, a compreender o processo de transformação pelo qual o corpo e a mente estão a passar e, por isso, também a identificar o que é natural e o que poderá ser um sinal de preocupação.
O esclarecimento profissional permite-nos aceitar com maior serenidade as alterações e a encontrar novas estratégias e novos recursos para mantermos a qualidade de vida.
O objetivo é: afinar o compasso, encontrar a música e os passos certos para continuar a dançar ao ritmo da vida.