Os Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foram recebidos ontem no Diwan do Ismaili Imamat. O Príncipe Rahim e o Príncipe Aly Muhammad deram as boas-vindas ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e aos líderes de outros países lusófonos.

Estiveram presentes Suas Excelências José Maria Neves, Umaro Sissoco Embaló, José Ramos-Horta e Carlos Manuel Vila Nova - os Presidentes de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, respetivamente, acompanhados pelas suas delegações.

O evento contou ainda com a presença do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e de outros altos funcionários do Estado e diplomatas. Estiveram também presentes a Presidente do Ismaili Council for Portugal, Yasmin Bhudarally, e os líderes da Fundação Aga Khan (AKF) em Portugal.

A CPLP foi fundada em 1996 como um fórum para reforçar a amizade mútua e a cooperação entre os seus Estados membros, que incluem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Nazim Ahmad, Representante Diplomático do Ismaili Imamat em Portugal, deu as boas-vindas aos convidados e salientou o valor do multilateralismo na união de pessoas de diversas fés e culturas, promovendo o conhecimento, o diálogo e o pluralismo. Falou também do trabalho da AKDN em todo o mundo.

“Esta consciência social está na base da nossa ação a todos os níveis, nos diferentes cantos do Mundo, para o desenvolvimento económico, social e cultural das populações com quem cooperamos.”

A receção ocorre durante a semana em que se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, um ponto de viragem na história de Portugal.

“Na véspera do 25 de abril, dia dedicado à luta pela paz e pelo multilateralismo, o Ismaili Imamat é um exemplo de construção da paz e do multilateralismo no mundo”, afirmou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa na sua intervenção.

Desde a década de 1930, Portugal e as suas colónias eram governados por um governo autoritário. Mas, em 25 de abril de 1974, eclodiu uma revolução espontânea e pacífica que levou à queda da ditadura e a um rápido processo de descolonização. Os cidadãos passaram a poder exprimir livremente as suas opiniões, votar nos seus líderes e participar na tomada de decisões, o que abriu caminho para que o país abraçasse a democracia e enveredasse por uma via de progresso.

Pouco depois, Portugal abriu as suas fronteiras aos imigrantes dos seus territórios africanos, incluindo alguns Ismailis de Moçambique, que fizeram do país a sua casa. A revolução também abriu oportunidades de crescimento e desenvolvimento: Portugal passou a estar mais ligado à Europa e ao resto do mundo, ao mesmo tempo que avançava em áreas como a educação, os cuidados de saúde e a economia. Desde então, o 25 de abril é celebrado anualmente como o Dia da Liberdade.

As agências da AKDN estão presentes em Portugal desde 1983, com a Fundação Aga Khan (AKF) a trabalhar nas áreas da educação infantil, inclusão social e pobreza urbana. Em todas as suas atividades, a AKF procura ajudar as comunidades a impulsionar o seu próprio progresso, ligando pessoas de todos os quadrantes e trabalhando com elas para ajudar a identificar e a concretizar as suas aspirações.