Este lado da história nem sempre é partilhado e talvez por isso nem todos estejamos de acordo com as conclusões generalistas que os livros de história nos transmitem.
Na verdade, cada um de nós é um testemunho vivo de um acontecimento histórico. Cada um de nós sentiu e vivenciou uma faceta desse acontecimento e, por isso, existem interpretações e conclusões individuais por vezes tão distantes daquelas que ficam registadas nos livros de história das civilizações.
Por exemplo, uma guerra, um conflito grave que coloque a estabilidade e segurança das pessoas em perigo, exige que cada indivíduo, cada família, tome decisões rápidas. Estas decisões têm consequências no rumo das suas vidas, têm sempre um impacto direto e conforme as consequências ou os sofrimentos vividos cada pessoa tem uma opinião e interpretação muito própria de um acontecimento histórico.
Estes “lados” da história muitas vezes não estão presentes nos livros e acabam por não ser partilhados com as gerações mais novas.
Daí que sejam fundamentais os contadores da história. Estes contadores estão em cada família.
Cada família conviveu e vivenciou acontecimentos gerais que tiveram influência na vida familiar e que, muitas vezes, alteraram comportamentos e formas de pensar. Na verdade, valorizamos mais quando vivemos na pele ou quando os nossos mais próximos nos contam de viva-voz o outro lado da História.
Podemos ser contadores da história de formas muito criativas e construtivas.
Seguem-se algumas dicas: todos temos álbuns de fotos e outros registos audiovisuais, todos temos livros de receitas de cozinha das mães e avós e que foram passando de geração em geração, todos temos determinados objetos em casa que “contam” um acontecimento da nossa vida. Se partilharmos com os nossos descendentes o nosso testemunho, eles podem construir, com a ajuda da tecnologia, uma obra viva que pode ser um livro ou até um documentário, com as histórias por detrás da História.
Este será seguramente um relato único e terá um valor afetivo ímpar.