Ao explicar a decisão de utilizar o cristal de rocha como material de construção, Mawlana Hazar Imam ajuda-nos a reflectir sobre a natureza inseparável da ciência e da fé.
(Início de citação) “Quando convidei o Professor Maki, um mestre da forma e da luz, para desenhar este edifício, fiz-lhe uma sugestão – uma que eu esperava que ajudasse a ligar simbolicamente este lugar à Fé do Islão. A sugestão que fiz focou na criação de uma certa mística, centrada em torno dos belos mistérios do cristal de rocha.
Porquê o cristal de rocha? Por causa da sua translucidez, dos seus planos múltiplos e o fascínio das suas cores – todas elas se apresentam de forma diferente à medida que a luz se move ao seu redor. Os tons do cristal de rocha são subtis, impressionantes e amplamente variados – pois podem ser claros ou leitosos, brancos ou róseos, fumados, dourados ou negros.
É devido a estas qualidades que o cristal de rocha parece ser um símbolo tão apropriado da beleza profunda e do mistério da contínua revelação da própria Criação – e do Criador. Como o Sagrado Quran tão poderosamente afirma, “Allah é o Criador e o Senhor dos céus e da terra”. E depois continua: “Tudo nos céus e na terra, e tudo entre eles, e tudo debaixo do solo, pertence a Ele”.
Mas no pensamento Islâmico, como neste edifício, a beleza e o mistério não estão separados do intelecto – de facto, o inverso é verdadeiro. À medida que utilizamos o nosso intelecto para obter novos conhecimentos sobre a Criação, passamos a ver mais claramente a profundidade e amplitude dos seus mistérios. Exploramos regiões desconhecidas debaixo dos mares – e no espaço. Recuamos mais de centenas de milhões de anos no tempo. Extraordinários espécimes geologicamente fossilizados capturam a nossa imaginação – folhas de palmeiras, flores de ametista, ouriços de quartzo, lírios do mar, crisântemos e uma rica panóplia de conchas. Na verdade, estas maravilhas são encontradas sob o próprio solo que pisamos – em todos os cantos do mundo – e elas ligam-nos a épocas e ambientes longínquos.
E quanto mais descobrimos, tanto mais sabemos, quanto mais penetramos sob a superfície das nossas vidas normais – mais estupefacta fica a nossa imaginação. Pensem, por exemplo, o que poderá residir debaixo das superfícies dos corpos celestes que atravessam os lugares remotos do universo. O que sentimos, mesmo enquanto aprendemos, é um sempre renovado sentido de admiração e, certamente, um poderoso sentido de reverência – e de inspiração Divina.
A utilização do mistério iridescente do cristal de rocha como uma inspiração para este edifício, proporciona de facto um símbolo apropriado da Atemporalidade, do Poder e do Mistério de Allah como o Senhor da Criação.” (fim de citação).