A Fundação Aga Khan Portugal reafirma compromissos com o desenvolvimento de contextos educativos participativos e equitativos e com a capacitação de profissionais e instituições para a promoção de ambientes de aprendizagem acolhedores e democráticos.

No passado dia 26 de outubro decorreu o III Seminário Pedagogia-em-Participação: construindo a qualidade em educação de infância, no Centro Ismaili. O evento juntou cerca de 130 profissionais de educação de infância, desde educadores de infância, diretores de instituições, auxiliares de ação educativa, a investigadores e especialistas desta área.

O CEO da Fundação Aga Khan Portugal, Karim Merali, fez a abertura do evento, dando as boas-vindas aos participantes e destacando o investimento dedicado desta instituição na educação de infância e no desenvolvimento de respostas de qualidade que assegurem condições equitativas para a aprendizagem e o desenvolvimento de todas as crianças. Reforçou o profundo compromisso da Fundação com profissionais, lideranças, formadores, especialistas, e suas instituições, empenhados em construir contextos educativos para a infância participativos, inclusivos e inovadores.

De seguida, a Gestora do Programa de Educação e Desenvolvimento da Infância, Ana Azevedo, deu início a uma manhã de partilha das jornadas de aprendizagem profissional das participantes na 3ª edição do curso «Pedagogia-em-Participação: construindo a qualidade em educação de infância». Este momento de partilha destacou desafios, motivações, mudanças e expetativas para a continuidade da aprendizagem e da implementação da Pedagogia-em-Participação, nomeadamente:

• o desafio da mudança de formas de pensar e de fazer, porque é difícil “sair da zona de conforto”;
• a importância de um ambiente formativo respeitoso, inclusivo, dialógico, que promove a participação, a reflexão partilhada, a colaboração, e que, progressivamente, motiva as mudanças;
• a centralidade de uma “gramática pedagógica” comum, como a Pedagogia-em-Participação, para refletir e construir colaborativamente práticas pedagógicas participativas e democráticas;
• o contributo significativo deste processo (trans)formativo reflexivo e participativo para envolver todos os profissionais das instituições numa transformação pedagógica, que é também organizacional.

À tarde, o evento teve como foco uma mesa-redonda com o título «Visão holística integrada da infância», composta por reconhecidos investigadores e especialistas da área de educação de infância:

• Miguel Oliveira, moderador da mesa, coordenador do Mestrado em Educação Pré-Escolar da ESECS do Instituto Politécnico de Leiria;
• Dalila Lino, docente e investigadora da Escola Superior de Educação de Lisboa;
• Liliana Marques, representante da Direção-Geral de Educação na OCDE;
• Luís Ribeiro, presidente da Associação de Profissionais de Educação de Infância (APEI).

Dalila Lino, focando a formação inicial dos educadores de infância, destacou a importância da diversidade da formação, das pedagogias participativas, da centralidade do brincar e da integração entre teoria e prática, promovendo uma aprendizagem contínua e uma abordagem holística. Liliana Marques enfatizou a continuidade na educação de 0 a 6 anos, promovida por uma visão holística e integrada das Orientações Pedagógicas para Creche e das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Luís Ribeiro, no âmbito do modelo de formação contínua da APEI, ressaltou a necessidade de uma formação contínua baseada num modelo holístico que valoriza a conexão entre a investigação e a prática, assim como a criação de redes de apoio, essenciais para o futuro da profissão. Brevemente, será disponibilizado acesso à gravação em vídeo desta mesa-redonda.

Um dos conceitos mais mencionado ao longo deste dia sintetiza bem este seminário: as pedagogias participativas representam uma “pedagogia da lentidão”, porque é preciso tempo para “esculpir a mudança”; tempo para refletir, debater e construir colaborativamente mudanças que sejam inclusivas, democráticas e sustentáveis.