De acordo com a ONU, existem atualmente 700 milhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo e, em 2050, esse número aumentará para os 2 mil milhões, mais do que 1/5 da população mundial.
Em Portugal, nas últimas décadas, tem-se registado um aumento da longevidade e da população idosa, contrastando com a redução da natalidade e de população jovem. No nosso país, cerca de 21% da população é idosa (65 ou mais anos).
Embora não possamos controlar a nossa idade, podemos retardar o declínio do envelhecimento com escolhas inteligentes ao longo da nossa vida. Desde os alimentos que comemos à prática de exercício, até às nossas amizades - tudo isso afeta o quão rápida ou lentamente o seu corpo envelhece.
Lidar com a mudança é sempre difícil, não importa quantos anos temos. O desafio específico para os idosos é o grande número de mudanças e transições que começam a ocorrer - incluindo os filhos saírem de casa, a perda de companheiros, amigos e outros entes queridos, mudanças profissionais ou mesmo o fim da vida profissional, o declínio da saúde e até a perda de independência. É natural sentirem-se essas perdas.
Envelhecer com saúde significa reinventarmo-nos continuamente à medida que passamos por anos marcantes, como os 60, 70, 80... Significa encontrar coisas novas de que gostamos, aprendendo a adaptar-nos às mudanças, mantendo-nos física e socialmente ativos e sentindo-nos conectados à comunidade e aos entes queridos. Infelizmente, para muitos de nós, o envelhecimento também traz ansiedade e medo. Como vou cuidar de mim? E se eu perder minha/meu esposa/o? O que vai acontecer com a minha mente? No entanto, muitos desses medos geralmente resultam de equívocos populares sobre o envelhecimento. A verdade é que somos mais fortes e resistentes do que imaginamos.
Algumas medidas para um envelhecimento ativo e saudável incluem:
- a prevenção do aparecimento ou o controlo do impacto de doenças crónicas (não curáveis), como as doenças cardiovasculares, cancro, obesidade e diabetes;
- a estimulação das funções mentais e cognitivas bem como das capacidades físicas;
- a prevenção do isolamento social e depressão;
- a promoção da segurança;
- a formação contínua ao longo da vida;
- a potenciação da autonomia das pessoas mais idosas.
Na prevenção das doenças ou na sua monitorização, destaca-se a importância da atividade física regular e adequada ao estado de saúde da pessoa, da nutrição, de hábitos de vida saudáveis e de se fazerem rastreios periódicos.
De acordo com a OMS, os idosos devem fazer, pelo menos, 30 minutos de atividade de intensidade moderada (por exemplo, caminhadas), 5 vezes por semana (total de 150 minutos) ou, pelo menos, 75 minutos da atividade vigorosa distribuídos pela semana. Pessoas com a mobilidade comprometida devem realizar atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, 2 ou mais vezes por semana.
A atividade física regular reduz o risco de hipertensão, doença arterial coronária, Acidente Vascular Cerebral (AVC), diabetes, cancro, depressão, quedas e ajuda ao controlo do peso corporal. Na alimentação, deve evitar-se o consumo excessivo de sal, gorduras, açúcar e aumentar a ingestão de frutas e vegetais.
Tomando o exemplo do cancro, está comprovado que 1/3 das mortes por cancro estão relacionadas com a dieta e atividade física.
Outro fator importante para o envelhecimento saudável é a capacitação das funções mentais e cognitivas. São promotoras das capacidades cognitivas a leitura, os treinos da memória, a aprendizagem de novos conhecimentos, as atividades manuais e o convívio com outras pessoas, especialmente de gerações diferentes.
Não menos importante, é a prevenção da solidão destas pessoas. Participar em atividades de grupo e a sociabilidade são uma mais-valia para as pessoas idosas, tendo um efeito na sua autoestima, realização e saúde. Aliás, o isolamento pode trazer tristeza, ansiedade e depressão, com efeitos nefastos para a sua qualidade de vida.
A formação contínua, além de estimular a parte cognitiva, faz com que estejam integrados na sociedade e possam dar o seu contributo em atividades familiares, da sociedade e nos processos de decisão que afetem a sua vida.
A segurança e autonomia reforçam o seu papel independente e capaz de realizar tarefas necessárias para o seu bem-estar, especialmente importantes quando os familiares carecem de tempo e disponibilidade no seu dia-a-dia.
Apostar nas medidas acima referidas, garante uma maior realização pessoal, integração, qualidade de vida e dignidade da pessoa idosa. Os idosos devem ter uma vida ativa e serem conscientes de que quanto mais interventivos forem mais benefícios irão colher de forma a usufruírem de uma vida plena, feliz e saudável.
https://www.un.org/en/events/olderpersonsday/index.shtml
https://www.ligacontracancro.pt/nutricao-e-actividade-fisica/
Artigo elaborado por Adam Sadrudine, AKHB