Dia Mundial do Ambiente: Construindo um futuro sustentável

O mundo é constituído por diferentes raças, nações, línguas e opiniões, mas todos partilhamos uma coisa em comum: a Terra em que habitamos. Dependemos dos recursos do planeta para viver as nossas vidas. A fé do Islão ensina os seus crentes a cuidar da criação de Allah, como parte dos nossos valores - comportamentos éticos e bom caráter.

Mawlana Hazar Imam tem referido frequentemente acerca da importância de cuidar do ambiente. Em Otava, em 2013, disse: "A nossa fé lembra-nos constantemente que devemos observar e estar agradecidos pela beleza do mundo e do universo que nos rodeia, e é nossa responsabilidade e obrigação, como bons guardiões da criação de Deus, deixar o mundo em melhores condições do que aquelas em que o encontrámos".

Enquanto guardiões devemos ter consciência de que os seres humanos são responsáveis por estimular, proteger e conservar a Terra - uma tradição que existe e tem sido praticada há muitos séculos. De facto, as nossas próprias vidas e bem-estar dependem de um ambiente próspero.

A própria palavra ambiente tem muitos níveis de significado. Pode ser entendida como o que nos rodeia, as condições, ou o mundo como um todo. Compreende o nosso planeta e a sua atmosfera, os seres humanos, os animais, as plantas e os edifícios que as sociedades constroem. O ambiente está à nossa volta e todos os dias vivemos dentro dele.

Para os Muçulmanos, os princípios da responsabilidade e da gestão aplicam-se tanto à sociedade humana como ao mundo natural. O Qur’an encoraja-nos a deixar para trás um melhor ambiente social e físico para os nossos filhos e netos. Isto suscita a questão: Que mudanças podemos fazer nas nossas vidas para estarmos mais conscientes do nosso impacto no mundo, não apenas no Dia Mundial do Ambiente, mas todos os dias?

Um dos aspetos positivos da atual crise de saúde pública é que os seres humanos estão, em toda a parte, a explorar formas de cuidar melhor do ambiente. Quer isto implique caminhar ou andar de bicicleta em vez de conduzir, reduzir os resíduos, reciclar mais, poupar água, utilizar menos plástico, ou fazer escolhas mais criteriosas nos alimentos e outros bens essenciais.

Com a recente redução das emissões de gases com efeito de estufa, da poluição atmosférica e da atividade industrial nociva, a pandemia global ajudou-nos a fazer uma pausa e a vislumbrar um futuro mais limpo e mais brilhante. Como Madre Teresa disse "Um ecossistema saudável é a base para uma economia saudável". Encontrar um equilíbrio entre o progresso humano e o respeito pelo planeta em que vivemos será crucial para construirmos um futuro sustentável para nós próprios e para as gerações vindouras.

Há vários anos que a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento tem vindo a trabalhar em harmonia com o mundo natural, para melhorar as condições em que os indivíduos e as comunidades vivem. As suas várias agências, projetos e programas seguem uma abordagem multi-interveniente do desenvolvimento, promovendo perspetivas socioeconómicas para as populações desfavorecidas, ao mesmo tempo que melhoram os ambientes natural e construído em que trabalham.

De Bamako a Cabul, e de Deli a Toronto, os projetos de regeneração urbana da Rede, incluindo o restauro de monumentos, a reabilitação de parques e a criação de um novo espaço verde, proporcionaram a milhões de habitantes urbanos um oásis muito necessário e devolveram às comunidades a esperança por um futuro melhor.

Um desses projetos é o Parque Al-Azhar, no Cairo. Localizado no coração da capital do Egito, o espaço urbano aberto tornou-se num destino popular, tanto para habitantes locais assim como para turistas. As características paisagísticas incluem circuitos pedonais, fontes, relvados e jardins com vista para um lago com o estilo tradicional chahar bagh. O parque possui mais de 300 espécies diferentes de plantas - muitas delas nativas do Egito - cultivadas num viveiro especial, e um pomar que fornece a sombra do sol.

O projeto do Parque Al-Azhar e o seu impacto positivo no ambiente natural e construído no Cairo é o foco de um novo filme intitulado Close to Home: Al-Khimyah.

Escrito e realizado pelo Príncipe Aly Muhammad, o filme destaca o Parque Al-Azhar de 30 hectares - convertido a partir de um morro de escombros - e as histórias dos habitantes locais do bairro adjacente de Darb al-Ahmar. Desde a sua abertura em 2005, após 20 anos de cuidadosa escavação e design, o Parque Al-Azhar tem proporcionado aos habitantes da cidade um espaço de lazer e recreio muito necessário, sendo hoje frequentemente referido como "o pulmão verde do Cairo".

O filme é um relato de uma cidade fundada há mais de mil anos, que viu uma lixeira com mais de 500 anos transformada num exuberante oásis verde, e um bairro pobre do centro da cidade transformado numa comunidade próspera.

Saiba mais no site Close to Home.