No dia 8 de dezembro de 2018 (feriado católico que celebra a Imaculada Conceição), os jovens do nosso jamat juntaram-se aos nossos vizinhos e amigos da Paróquia de S. Tomás de Aquino numa visita ao santuário de Fátima.
O diálogo entre as duas comunidades, intitulado Holding Hands, teve início no ano passado com a oferta de um presente emblemático dos alunos ismailis: uma oliveira, símbolo da paz e da amizade. A plantação da oliveira no jardim da paróquia proporcionou aos jovens das duas comunidades um espaço de conhecimento mútuo ao analisarem conceitos como pluralismo e consciência social e refletindo sobre a sua herança religiosa comum e s princípios e valores espirituais de cada um.
Confiantes quanto ao potencial deste tipo de interação para desenvolver o espírito de tolerância, respeito um passo à frente e conceberam uma visita conjunta ao Santuário de Fátima, desta vez com o objetivo de promover o diálogo da experiência religiosa.
De acordo com a lenda, Fátima toma o nome de uma rapariga moura capturada durante a Reconquista da Península Ibérica e tornou-se
num dos mais significativos e simbólicos locais de peregrinação em Portugal, atraindo anualmente cerca de quatro milhões de peregrinos católicos de todo o mundo que escolhem o Santuário para expressar a sua devoção.
O programa em Fátima incluiu um questionário inter-religioso, visita à Capela das Aparições seguida de um momento de contemplação, visita guiada da exposição Fátima: Luz e Paz, almoço no restaurante da Irmãs Vicentinas e um peddy-paper através do qual alunos e professores exploraram os diferentes espaços e monumentos dentro do santuário. No regresso, ambas as comunidades partilharam uma oração.
A professora Shabnam Gulamhussen explicou que, “devido à sua história e simbolismo religioso, esta exploração coletiva permitiu aos alunos aprofundar a sua compreensão sobre alguns princípios básicos das suas tradições religiosas, nomeadamente o papel da peregrinação como uma viagem espiritual.”
Os alunos também partilharam as suas impressões sobre esta experiência. Shahiza Jivraj, de 15 anos, comentou que a ida a Fátima foi um “espaço para refletir sobre o que é comum e diferente nas nossas religiões e que apesar das nossas diferenças, podemos viver como irmãos e irmãs”. Na mesma linha, outra aluna, Rania Hussaine, de 12 anos, comentou que “foi maravilhoso conhecer os nossos valores comuns numa data tão especial para eles.”
Finalmente, Noor Hassam observou como este programa “abriu os nossos horizontes para outras culturas e tradições e promoveu novos relacionamentos”.
Como destacou a professora Shabnam, “o diálogo inter-religioso é um diálogo de aprendizagem. Ao incentivar a compreensão cultural e religiosa, vai certamente ajudar os nossos jovens a tornarem-se confiantes na articulação da sua identidade religiosa.”