Existe uma forte ligação entre estes dois conceitos, podemos dizer que enquanto a bondade é um sentimento moral, é como uma tendência natural para praticar o bem, a compaixão é emoção que nos impulsiona a aliviar o nosso sofrimento e o dos outros.

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Esta atitude de vida constrói-se e cultiva-se. Ser melhor pessoa é um processo de aprendizagem que nos acompanha ao longo da vida. 

A disposição para praticar e fazer o bem - bondade - é indiscutivelmente o sentimento moral que permite desencadear a compaixão, ou seja, partilhar o sofrimento e agir. Por vezes, esta emoção é confundida com a empatia e com a bondade, no entanto, enquanto estas últimas se caracterizam pela disponibilidade afetiva e cognitiva para compreender e procurar que o outro se sinta bem, a compaixão não exige que se compreenda e se racionalize a situação de sofrimento. A compaixão é mais um impulso interno que nos faz aliviar o sofrimento, a dor de outro Ser.

A gratificação que sentimos quando contribuímos para a solução de um problema, seja nosso ou externo a nós, a emoção positiva que nos traz a alegria de sentirmos que somos queridos e amados, a força e motivação que sentimos quando ajudamos alguém e/ou lutamos pelo bem-estar do próximo, são algumas das vitaminas fundamentais para fortalecer e vitalizar a Humanidade.

Se cada um de nós praticar a autocompaixão e a bondade para si mesmo, fortalece os relacionamentos de qualidade para com os outros. 

Primeiro tomamos consciência dos nossos erros, sofrimentos, mas também das nossas vitórias e realizações bem-sucedidas, sem ter juízos de valor nem uma atitude autocrítica. Empatizar com as nossas próprias decisões, independentemente de serem boas ou más, é o primeiro passo para sermos mais flexíveis e mais abertos com os nossos erros. 

O segundo passo é tomar consciência do que nos rodeia, dar atenção tanto aos acontecimentos que provocam sofrimento como àqueles que provocam alegria e gratificação, a nós e aos que nos rodeiam. Este segundo passo, permite fortalecer a nossa sensibilidade e tomar consciência da responsabilidade que todos temos para enfrentar e combater os sofrimentos e para valorizar o bem comum.

O terceiro passo é decidir em quê e como podemos aliviar o sofrimento, nosso e/ou de outros. Para isso, temos de saber quais as nossas melhores virtudes e capacidades e quais nos têm ajudado a superar os nossos maiores sofrimentos. 

Decidir cuidar do nosso bem-estar permite também agir e cuidar do bem-estar dos seres que connosco partilham a VIDA.