Após um interregno de mais de 2 meses, as crónicas do jardim regressam num contexto de Estado de Emergência e isolamento social. Trata-se de uma situação nova para a maior parte de nós, que exige novos enquadramentos e respostas adequadas, por vezes difíceis.

Mas, apesar de tudo, a primavera começou e podemos continuar a observar as novidades nos jardins a cada dia, sendo um valioso bálsamo nestes dias conturbados.

Esta semana destacamos um dos arbustos mais amados do Centro Ismaili, com o seu porte delicado e a profusão de flores brancas - a sempre-noiva ou grinalda-de-noiva (Spiraea cantoniensis).

Trata-se de uma espécie originária da China e Japão (tal como o nome sugere), mas de utilização muito comum em Portugal, mesmo em jardins históricos.

É um arbusto de pequeno porte, raramente ultrapassando os 2m de altura, pertencente à mesma família das roseiras (as rosáceas).

A folhagem é clara, de folhas pequenas finamente recortadas, que caem no inverno. A floração é precoce, logo no início da primavera, e surge imediatamente antes das folhas, com pequeninas flores organizadas em cimeiras (como se fossem “bouquets”), muito abundantes nos ramos do ano anterior, formando por vezes belos arcos.

Como qualquer arbusto ornamental de floração primaveril, a poda deve ser reduzida ao mínimo, devendo ser feita logo após a floração, de forma a eliminar ramos secos ou demasiado salientes. Mas pode estar muito tempo sem qualquer intervenção, sendo um arbusto muito fácil de cultivar.

Agora que as visitas ao Centro Ismaili estão limitadas, tente reparar nos jardins perto de si. Será que têm alguma sempre-noiva florida?