Às vezes até nos damos conta, mas sabe-nos bem. Dá-nos uma sensação de descanso, de alguma liberdade, de ausência de obrigações e, por isso, permitimos que essa falsa sensação vá tomando conta do nosso dia-a-dia.
Em princípio, até poderia ser benéfico recolhermo-nos em solidão em determinadas circunstâncias porque precisamos de refletir connosco próprios, porque queremos apaziguar a dor ou porque simplesmente queremos respirar e passear. No entanto, o risco de ficarmos presos “naquele” lugar isolado, onde os nossos pensamentos e emoções não param de ruminar e nos paralisam o andar, é demasiado alto.
Quando percebemos que começamos a evitar o ruído, a impacientar-nos com as conversas triviais, a esconder-nos dentro de casa, a evitar a comunicação com os que nos rodeiam e a perder o interesse nas tarefas e atividades que outrora nos davam tanta satisfação, então há que pedir ajuda para combater a solidão.
Por isso, é necessária toda a nossa atenção. Todos somos corresponsáveis do bem-estar comum dos nossos mais próximos, da nossa família, dos nossos amigos e/ou vizinhos e das pessoas da nossa comunidade. Cada um de nós pode fazer a diferença através de pequenas ações e atitudes: um telefonema, um convite para fazer uma atividade regular, uma saída para passear ou qualquer outra forma que possa ajudar o outro a não se isolar.
Mas a decisão tem de ser da própria pessoa. Pedir ajuda é um ato de coragem. Significa que queremos lutar e combater a solidão, que temos de agitar o nosso dia e ocupar o nosso tempo com rotinas e tarefas que nos obriguem a movimentar, a pensar e a comunicar. Por exemplo, ir à rua fazer algumas compras, fazer uma aula de exercício físico, ler um livro ou fazer exercícios escritos ou desafios mentais e conversar com amigos e familiares.
A solidão pode ser preguiçosa e matreira, mas nós somos dotados de vontade e determinação e podemos combatê-la dizendo Não, Não e Não!