A conferência deste ano contou com a presença de Mawlana Hazar Imam, da Princesa Zahra e do Príncipe Aly Muhammad e decorreu no Centro Ismaili, em Lisboa, onde John McNee, Secretário-Geral do GCP, acolheu os convidados, descrevendo Lisboa como “uma cidade cosmopolita que ilustra de muitas formas como é que uma sociedade pluralista se parece”.

Nas suas notas introdutórias, Mawlana Hazar Imam também falou sobre o pluralismo inerente a Portugal e expressou a sua grande satisfação pela conferência deste ano decorrer em Lisboa. 

“Este país é abençoado por uma longa história de coexistência produtiva entre cristãos, judeus e muçulmanos... Esta combinação de culturas, religiões e idiomas trouxe inovações na arquitetura, agricultura, medicina e até mesmo na culinária, que estão agora entrelaçadas na própria raíz do Portugal moderno.”

Hazar Imam apresentou Amina Mohammed como a oradora de 2019, dizendo que "teve uma jornada de vida extraordinária, e todos nós temos o privilégio de poder beneficiar do seu conhecimento".

Com base nas suas experiências na ONU, como ex-ministra do governo, no setor privado, e como mãe e avó, Amina ofereceu soluções para aproximar as palavras das ações. As suas observações procuraram fornecer aos líderes e formuladores de políticas, medidas tangíveis para abordar os complexos desafios globais dos dias de hoje.

Amina Mohammed começou a sua palestra descrevendo alguns dos problemas mais intratáveis ​​que a sociedade global enfrenta no século XXI - disparidade económica, intolerância cultural, desigualdade de género e crise ambiental - tudo em grande parte causado pelas diversas formas de exclusão. Ela sugeriu que as sociedades são mais pacíficas e prósperas quando são diversas e inclusivas.

“Temos provas crescentes de que uma maior diversidade e inclusão, particularmente em relação à inclusão das mulheres, está correlacionada com o PIB mais alto, governos mais receptivos, melhores resultados, maior estabilidade e paz e desenvolvimento mais sustentáveis.”

Como Vice-Secretária-Geral, Amina Mohammed desempenhou um papel fundamental na elaboração da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esses objetivos, que são fortemente influenciados pelo princípio da inclusão, são um apelo universal à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas possam desfrutar de dignidade, bem-estar e de melhores oportunidades.

“O pluralismo está no DNA das Nações Unidas", disse Amina. “A Carta, o nosso documento fundador, refere-se a 'Nós, as populações’ das Nações Unidas, que estão 'determinadas a praticar a tolerância e a viver em conjunto em paz uns com os outros como bons vizinhos'”.

Amina convidou indivíduos, comunidades e instituições - grandes e pequenas - a envolverem-se mais na criação de um mundo melhor para si e para os outros, insistindo que grandes alterações em direção à mudança positiva só podem ser alcançadas se todos os setores da sociedade participarem.

“Embora a Agenda 2030 seja global e abrangente, exigirá ação em todos os níveis. É particularmente necessário a liderança e a orientação de instituições religiosas e filantrópicas, que trabalham aos níveis local, nacional, regional e internacional, que possam restabelecer um senso de humanidade comum ”.

Após a palestra, Ricardo Costa, jornalista e diretor de notícias do Impresa Media Group de Portugal, moderou uma conversa com Amina, dando aos participantes a oportunidade de fazer questões. A Vice-Secretária respondeu a perguntas sobre os temas de direitos humanos, inclusão e respeito à diversidade, antes da conselheira do GCP, Adrienne Clarkson, fazer as declarações de encerramento.

Adrienne Clarkson expressou gratidão e prestou homenagem a Amina Mohammed, intitulando-a de "um exemplo de algo tão brilhante e tão brilhante e tão bonito. O encapsulamento de dois mundos, de duas raças... È alguém que temos que ouvir.”

Dirigindo-se a Mawlana Hazar Imam na conclusão da sua palestra, Amina disse: “Tem sido uma voz consistente, promovendo o pluralismo, a inclusão e o respeito pela diversidade ao longo de décadas. Precisamos de si agora mais do que nunca.”