Em comunicado enviado às redações, a OMS avisa que a Europa está a “perder terreno nos esforços pela eliminação do sarampo”. O cenário será ainda pior em 2019: só na primeira metade do ano, já foram reportados cerca de 90.000 casos de sarampo nos 53 países que integram a região europeia da OMS. Mais do que o registado em 2018 durante todo o ano (84.462).
A nível mundial, a situação também não é melhor. Na primeira metade do ano já foram registados cerca de 364.000 casos de sarampo em todas as regiões da OMS, valor mundial mais elevado para o período homólogo desde 2006.
Em Portugal, no primeiro semestre deste ano contaram-se 10 casos. Em 2018 foram 171. Portugal mantém o estatuto de eliminação do sarampo desde 2015 e tem uma cobertura de vacinação elevada. Em 2018, 99% dos bebés de 1 ano tomaram a primeira dose da vacina e a toma da 2ª dose situou-se entre os 96% e 98%.
Contudo a Diretora-geral da saúde, Graça Freitas, alertou que “mesmo países como Portugal que não têm circulação endémica do vírus e que têm vacinação tão elevada que não há condições para que o vírus se torne endémico, podem sempre ter surtos. Isso é uma preocupação.”
A diretora frisou ainda que os cidadãos “que estão em Portugal e vão viajar para países onde há sarampo, podem e devem vacinar-se” antes de viajarem. "Se não estiverem vacinados, contraírem sarampo nesses países e, entretanto, voltarem para Portugal, voltam com a doença".
Extremamente contagioso e potencialmente causador de problemas de saúde graves, por vezes fatais, o sarampo é uma infeção provocada por um vírus e transmite-se por contacto direto com gotículas infeciosas, ou pelo ar, quando a pessoa infetada espirra ou tosse.
O tempo de incubação do vírus é de 8 a 13 dias. Assim, é possível ser-se portador do vírus sem se saber. A pessoa infetada é contagiosa desde 4 dias antes e até 4 dias depois do início da erupção cutânea (manchas avermelhadas na pele).
Os sintomas iniciais do sarampo são:
- Febre
- Congestão nasal
- Irritação na garganta
- Tosse seca
- Vermelhidão dos olhos
Após 2 a 4 dias surgem minúsculas manchas brancas (manchas de Koplik) na boca, nem sempre detetáveis.
Ao fim de 3 a 5 dias, o sarampo causa uma erupção na pele associada a comichão ligeira, sobretudo nas orelhas e no pescoço, com um aspeto de superfícies irregulares, planas e vermelhas que rapidamente vão crescendo. Após um ou dois dias, essa erupção espalha-se para o tronco, braços e pernas, e começa a desaparecer do rosto.
No pico do sarampo, o doente sente-se muito prostrado, a erupção é extensa e a febre pode ultrapassar os 40º C. Ao fim de 3 ou 5 dias, a temperatura corporal diminui, os sintomas aliviam e as manchas restantes desaparecem rapidamente.
Não existe cura para o sarampo, mas a imunização pode ser feita com duas doses de uma vacina gratuita, incluída no Programa Nacional de Vacinação – a VASPR (Vacina contra Sarampo, Parotidite Epidémica e Rubéola). A 1ª dose desta vacina deve ser administrada aos 12 meses e a 2ª dose aos 5-6 anos, antes da escolaridade obrigatória. Segundo a OMS, estima-se que mais de 20 milhões de mortes foram evitadas em todo o mundo, entre 2000 e 2016, graças a à vacinação.
RECOMENDAÇÕES
Em comunicado, a Direção Geral de Saúde (DGS) recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.
Em caso de viagem para países com sarampo, a DGS realça que a vacina deve ser administrada pelo menos 15 dias antes da partida.
Nas pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”, enquanto as pessoas que já tiveram sarampo “estão imunizadas e não voltarão a ter”.
A DGS aconselha ainda a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha SNS 24 (número 808 24 24 24).
Para mais informações sobre o sarampo consulte o site: www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/sarampo/.
Retirado de:
https://www.publico.pt/2019/08/29/sociedade/noticia/numero-casos-sarampo-europa-2019-ja-ultrapassou-total-ano-passado-portugal-alerta-1884756,https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/interior/vai-viajar-para-paises-como-o-reino-unido-ou-a-grecia-e-melhor-vacinar-se-contra-o-sarampo-11248684.html
https://www.saudecuf.pt/mais-saude/doencas-a-z/sarampo, por Adam Sadrudine, AKHB.