"A maioria das pessoas não tem problema em recordar rotinas que haviam aprendido, mas podem descobrir que não são capazes de reter a nova informação com a mesma facilidade com que faziam”, explica Júlia Machado, psicóloga do Hospital Lusíadas Porto. “Na maior parte dos casos, estes episódios podem surgir a partir da meia-idade, mas sobretudo entre os idosos, embora perdas de memória possam ser detetadas mais cedo, sendo este problema associado a outro tipo de patologias".
Pessoas com patologia associada
Por exemplo, a depressão, ansiedade e dificuldades de aprendizagem. Nestes casos algumas funções do cérebro encontram-se alteradas, nomeadamente a atenção, concentração e memória.
Terceira Idade
É na terceira idade onde existem mais queixas comuns. Normalmente as queixas referem dificuldades em recordar:
- Nomes, palavras e assuntos no âmbito de um encontro ou de uma conversa;
- Moradas e telefones de amigos e datas de aniversários;
- Local onde deixaram previamente um objeto;
- Itens que tinham a intenção de adquirir;
- O local onde inicialmente conheceram uma pessoa cujo rosto lhes parece familiar quando a encontram inesperadamente na rua;
- O enredo de uma história, teatro ou filme.
Como diagnosticar?
Avaliação neuropsicológica
Estas e outras dificuldades são ressaltadas em questionários de memória que tentam avaliar os problemas de memória e outras áreas do cérebro que possam estar comprometidas, nomeadamente a atenção, concentração, entre outras.
Análise do dia a dia
Através de tarefas laboratoriais artificiais e situações do dia a dia, dados esses que podem ser fornecidos pelos mesmos, os seus familiares ou cuidadores.
“Os sintomas de demência são geralmente confundidos com sinais normais de envelhecimento”, afirma Júlia Machado.
É necessário, em primeiro lugar, fazer um diagnóstico correto. No entanto, não existe um único teste capaz de, por si só de diagnosticar definitivamente uma demência, pois os primeiros sinais são muito subtis e vagos.
Sinais de demência
- Confusão mental;
- Alterações da personalidade e comportamento;
- Apatia e isolamento;
- Perda da capacidade para execução de tarefas diárias (trocar os objetos de lugar, esquecer de servir uma parte da refeição, por exemplo);
- Dificuldades no pensamento abstrato;
- Perda da noção do tempo e desorientação.
- Problemas de linguagem (esquecimento de palavras simples ou utilização de palavras desadequadas). Treino da memória na terceira idade e ao longo da vida
Ao longo da vida, “ginasticar” a memória, é uma estratégia considerada muito positiva. E na terceira idade ajudam:
- A execução musical;
- Jogos como o xadrez e o bridge;
- Vida profissional ativa;
- Organizar novas informações (aquilo que a pessoa já sabe ajuda a entender melhor novos conceitos e aprimora a sua capacidade de se lembrar de outros factos);
- Brincar com as palavras através de rimas, músicas ou piadas pode ajudar a lembrar, dando dicas ou pistas;
- Formar imagens mentais (utilizando com determinada sequência, utilizando a imaginação que explora as relações visuais e espaciais, pois é uma das armas principais para facilitar a memória);
- Manter o hábito da leitura;
- Meditar ou praticar exercício físico diariamente ajuda a aliviar situações de stress e ansiedade, que em níveis elevados prejudicam a nossa memória a curto prazo;
- Fazer uma alimentação adequada (existem determinados alimentos que podem prejudicar a concentração e aumentar a dificuldade em memorizar);
- Ter um sono adequado, pois dormir bem ajuda na consolidação de informação na memória.
Retirado de: https://rotasaude.lusiadas.pt/prevencao-e-estilo-de-vida/bem-estar/bem-estar-como-preservar-a-memoria/, por Salima Jamal, AKHB.