Antes da Cerimónia de Entrega de Prémios, cada um dos vencedores, oriundos de 13 países diferentes, subiu ao palco e presenteou os convidados com uma atuação. As diferentes performances representaram a diversidade e o pluralismo da linguagem da música.
Após as atuações dos artistas, Sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa dirigiu-se aos convidados afirmando: “este prémio é um começo de uma longa viagem em conjunto. Vocês e nós, a pensar na paz no mundo, no multilateralismo, no diálogo, numa luta comum contra a intolerância, e pelas pessoas, e a música é uma a boa forma de fazê-lo.”
Para demonstrar o seu compromisso com a expressão criativa, Mawlana Hazar Imam criou os Prémios Aga Khan para a Música, em 2018. Os Prémios reconhecem a criação excecional, promessa e empreendedorismo no desempenho, criação, educação, preservação e revitalização musical, em sociedades de todo o mundo, nas quais os muçulmanos têm uma presença significativa.
No seu discurso, Mawlana Hazar Imam explicou o significado da música nos contextos muçulmanos: “O património cultural do Islão há muito que adotou a linguagem musical como uma expressão elementar da espiritualidade humana. Ouvir música, praticar música, partilhar música, tocar música, há muito tempo que são uma parte importante da vida das comunidades muçulmanas em todo o mundo, assim como o canto de textos devocionais, históricos ou épicos.”
O Concerto de Gala e Cerimónia de Entrega de Prémios reuniu nove vencedores em seis categorias: Mustafa Said (Desempenho); Franghiz Ali-Zadeh (Criação); The Omnibus Ensemble (Educação); Badiaa Bouhriz (Inclusão Social); Oumou Sangaré, Ballake Sissoko, e Dariush Talai (Contribuições Distintas e Duradouras); Farhod Halimov and The Gurminj Museum (Preservação, Revitalização e Disseminação). Um prémio especial na categoria Patrono foi ainda, conferido a Mohammad Reza Shajarian pelas suas contribuições na música e impacto na sustentabilidade social no Irão e no seu redor.
Ao longo da história das sociedades muçulmanas, a arte e a música tiveram um papel de destaque como fonte de iluminação espiritual, inspiração moral e coesão social. Os sons elegantes dos instrumentos tradicionais, o fascínio pelas letras poéticas e a profundidade das vozes humanas, por exemplo, têm sido utilizados por artistas para reconhecer o esplendor do Mundo, oferecendo assim um reflexo da tradição islâmica e elevando o seu valor intrínseco.
Comentando acerca do notável talento artístico dos músicos reunidos nesta ocasião, Mawlana Hazar Imam disse: “Hoje aqui em Lisboa - e em todo o mundo nos próximos meses e anos - as suas vozes irão continuar, acreditamos nós, a transcender as antigas fronteiras do tempo e do lugar, lembrando ao mundo que todo e qualquer indivíduo pode reagir à arte e à música, venha esta de uma cultura diferente ou não.”