Inaugurada no passado dia 14 de dezembro, esta exposição pretende divulgar os marcos essenciais do pensamento público, em Portugal, sobre as questões da liberdade religiosa, na época contemporânea e até a aprovação da Lei de 2001 e, subsequentemente, a sua concretização, e divulgar as atitudes e os posicionamentos das diferentes confissões religiosas, em torno do respeito pela liberdade e o incentivo ao pluralismo e ao diálogo inter-religioso.
A Delegação do Imamat Ismaili está também a contribuir com uma peça para esta exposição, que evoca os 20 anos da Lei de Liberdade Religiosa na Assembleia da República.
Este fragmento de painel, possivelmente parte da envolvente de um túmulo, conserva o início de uma inscrição "em nome de Deus, O Beneficiente" (bismillah al-Rahman). Feito pela mão de um mestre, exibe uma variedade de caligrafia Cúfica com algumas características invulgares. A letra mim (m), desenhada como uma pétala de lótus pontiaguda, não possui paralelo conhecido. As duas seções da palmeta, com lóbulos sinuosos alojados entre as palavras bi'sm e Allah, também são ímpares, assim como o triângulo equilátero entre Allah e al-Rahman.
A peça terá sido produzida durante o período Fatímida, no qual os Imams dos Muçulmanos Shia Imami Ismaili assumiram-se como Califas. O período Fatímida é notoriamente reconhecido pela sua tolerância religiosa, existindo inúmeros casos de crentes de outras religiões com posições proeminentes nas suas estruturas de governança, bem como pelo estímulo da procura intelectual e de conhecimento através do estabelecimento de instituições académicas, bibliotecas e florescimento das artes.
A exposição está patente no Palácio de São Bento até 28 de fevereiro e pode ser visitada de 2ª a 6ª feira (10h-12h e 14h-17h), gratuita e livremente, mas mediante marcação para os telefones 213 910 843 e 213 917 101 ou para o endereço de email [email protected]
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